domingo, 20 de janeiro de 2008

Repertório: JOGOS NA HORA DA SESTA

A peça “Jogos na Hora da Sesta” enfoca algumas horas na vida de um grupo de crianças que brincam numa praça. Suas falas, jogos e comportamentos vão construindo, ao longo do espetáculo, um retrato duro e fiel da sociedade contemporânea.
Como todas as crianças, as personagens vão pontuando suas ações a partir dos estímulos, valores, censuras, preconceitos e temores que recebem do mundo adulto. Como diz Roma Mahieu, autora do texto, “...Jogos na Hora da Sesta seguramente não é uma obra sobre crianças, mas sim sobre adultos. As crianças são apenas reflexo sem disfarces do que são seus pais...” E prossegue: “...O que pude observar – e qualquer um pode observar – é que uma criança saída de um meio onde as pessoas convivem em harmonia e respeito (me refiro a um respeito real e profundo do próximo), é evidentemente menos agressiva que os outros. Quer dizer, são crianças que não sofreram humilhações nem medos, que portanto não têm necessidade de fazer os outros sofrerem.”
O Laboratório Cênico incluiu esta peça em seu repertório por dois motivos: a atualidade da mesma e a oportunidade de um excelente exercício para os atores, já que a construção detalhada de personagens-crianças sem incorrer no risco dos estereótipos se apresentou como um desafio a ser enfrentado.
Para priorizar este exercício, a concepção do espetáculo centrou-se na figura do ator. Da união entre o trabalho do ator e a simplicidade na abordagem cênica dos temas tratados, extraiu-se a base de toda a montagem. Deste modo, os atores enfrentaram um grande desafio: dar vida aos personagens de Roma Mahieu sem o apoio de grandes cenários, de uma iluminação carregada de efeitos ou tampouco a existência de uma sedutora trilha sonora.















ROMA MAHIEU

Roma Mahieu nasceu na Polônia. Aos dez anos foi viver em Santa Fé, Argentina. De nacionalidade argentina, em 1978 passou a residir em Madrid, Espanha.
Fez teatro infantil na Alemanha. Pertenceu a grupos de teatro infantil na Argentina. Estudou Teatro, Pintura, Dança, Cerâmica. Duas das suas peças, "Jogos na hora da sesta" e "María la Muerte " foram proibidas por decretos do poder executivo, em 1978, durante a ditadura militar argentina.
Decidiu exilar-se na Espanha onde dirige o Festival Hispanoamericano de Teatro de Madrid, com o apoio do Instituto de Cooperação Iberoamericana. É jornalista e fotógrafa, além de se dedicar ao ensino..Escreve novelas, contos infantis, roteiros para cinema, televisão e teatro.
Tem mais de vinte peças teatrais, muitas estreadas e premiadas em diversos países. Escreve rádio-teatro para a Deutche Rundfunk da Alemanha. Participa em numerosos eventos teatrais por todo o mundo.
Obteve prêmios na Espanha, Bulgária, Itália, Brasil e Argentina. A obra "Juegos a la hora de la siesta" recebeu os prêmios Talia, Argentores e Molière na Argentina; também recebeu prêmios no Brasil, Venezuela, Colômbia, Canadá, Itália, Espanha e Bulgária. Recebeu o Prêmio SGAE (Sociedad General de Autores de España) por "O dragão de fogo " em 1991.Também por esta obra recebe o "Prêmio Pepino 88" em 2000, atribuído na cidade de La Plata.


FICHA TÉCNICA

Autora: Roma Mahieu
Tradução: Eduardo San Martin
Direção, cenários e programação visual: Carlos Pimentel
Elenco: Célio Hottz, Cláudio Milhomem, Edson Fernandes, Elaine Braga, Marco Moraes, Roberta Heggendorn e Tatiana Maduro.
Iluminação: Erlon Ismério
Fotos: Daniel Marcus
Confecção de cenário: Célio Hottz
Produção Executiva: Elaine Braga
Produção e figurinos: Laboratório Cênico

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