O LABORATÓRIO CÊNICO decidiu encenar a peça "Geração Trianon”, de Anamaria Nunes, com o propósito de levar para os palcos um pouco do que foi o teatro brasileiro nas décadas de 1920-30. O espetáculo - que estreou em setembro de 2002 - aborda uma fase do teatro brasileiro que, aos olhos de hoje, parece até mesmo irreal.
O Teatro Trianon, inaugurado em 1915, no Rio de Janeiro, possuía platéia, galeria, balcão nobre, balcão simples, fosso de orquestra, tudo isso para receber as centenas de espectadores que para lá acorriam diariamente. Se, para uma produção atual, cem pagantes é uma excelente casa, para as produções do Teatro Trianon representava um fracasso extraordinário e fazia com que, já no dia seguinte, um novo espetáculo subisse à cena. Os espetáculos se dirigiam a uma platéia popular e numerosa, freqüentadora assídua, que ia ver seus atores favoritos representando histórias que fantasiavam, apimentavam ou simplesmente copiavam do cotidiano.
Assim, se o teatro estava vinculado ao seu público e, este, ao ator da companhia, nada mais natural que todo o teatro girasse em torno de atores como Procópio Ferreira, Leopoldo Fróes, Jaime Costa, Lucília Peres.
Os textos da época, além de brasileiros, tratavam de fatos ao mesmo tempo atemporais (amores e quiproquós) e circunstanciais.
Durante a década de 1930, esse teatro começará a perder público gradativamente e, com isso, a se enfraquecer. Por um lado, a censura impede as referências políticas que apimentavam não tanto as comédias do Trianon, mas as revistas, burletas e outros estilos inspirados no teatro popular francês e adaptados para o Brasil. Por outro lado, o cinema começa a concorrer, enquanto entretenimento, com as comédias. Já na década de 1920, os amadores, os dilettanti – palavra vinda do italiano e que designava aqueles que, com dedicação e profissionalismo, mas sem compromisso de mercado, tinham chance de renovar a cena e acabar como o monopólio do teatro comercial.
Mas as influências da geração Trianon durarão muitos anos e deixarão resquícios na ética do ator brasileiro.
E é justamente este momento curioso e rico do teatro brasileiro que o LABORATÓRIO CÊNICO se propôs a levar para as platéias de Nova Friburgo e de outras cidades.
PROCESSO
Geração Trianon foi uma das experiências mais interessantes e também mais difíceis do Laboratório Cênico pelo desafio de levar para o palco uma fase do teatro brasileiro muito distante de nós e que só conhecíamos através das leituras, do material iconográfico ainda disponível ou de comentários de artistas que viveram perto daquele tempo.
Foi interessante notar que, apesar dos métodos de trabalho daqueles artistas e sua visão da profissão não serem mais os que praticamos hoje, existem ali elementos inerentes ao teatro e ao pensamento artístico que permanecem muito vivos. Como os artistas daquela geração, ainda temos muitas dificuldades em produzir, em conciliar as necessidades artísticas e materiais de nosso trabalho. Mas também temos – ainda bem - o encantamento daqueles que são atraídos pelo fascínio do palco, encarnado no personagem da Mocinha.
Todos nós, artistas, carregamos conosco um pouco de cada um daqueles personagens. Sua luta por realizar seu ofício ainda é a nossa luta e este ponto de contato nos aproximou deles, ainda que sua visão de teatro esteja muito distante da forma como, hoje, compreendemos o fenômeno cênico.
Outro desafio foi manter coesa uma equipe tão numerosa durante o longo tempo necessário para o levantamento do trabalho, levando-se em conta os compromissos e graus diversos de amadurecimento artístico e pessoal de cada um.
Neste caminho, alguns tiveram que nos deixar, outros chegaram e, assim, fomos construindo mais este espetáculo. Aos que não puderam estrear conosco é preciso que saibam o quanto fazem parte deste trabalho, pois suas contribuições foram incorporadas ao processo, residindo neste fato uma das riquezas do teatro: o somatório de vivências alimentando o desenvolvimento do grupo.
O Teatro Trianon, inaugurado em 1915, no Rio de Janeiro, possuía platéia, galeria, balcão nobre, balcão simples, fosso de orquestra, tudo isso para receber as centenas de espectadores que para lá acorriam diariamente. Se, para uma produção atual, cem pagantes é uma excelente casa, para as produções do Teatro Trianon representava um fracasso extraordinário e fazia com que, já no dia seguinte, um novo espetáculo subisse à cena. Os espetáculos se dirigiam a uma platéia popular e numerosa, freqüentadora assídua, que ia ver seus atores favoritos representando histórias que fantasiavam, apimentavam ou simplesmente copiavam do cotidiano.
Assim, se o teatro estava vinculado ao seu público e, este, ao ator da companhia, nada mais natural que todo o teatro girasse em torno de atores como Procópio Ferreira, Leopoldo Fróes, Jaime Costa, Lucília Peres.
Os textos da época, além de brasileiros, tratavam de fatos ao mesmo tempo atemporais (amores e quiproquós) e circunstanciais.
Durante a década de 1930, esse teatro começará a perder público gradativamente e, com isso, a se enfraquecer. Por um lado, a censura impede as referências políticas que apimentavam não tanto as comédias do Trianon, mas as revistas, burletas e outros estilos inspirados no teatro popular francês e adaptados para o Brasil. Por outro lado, o cinema começa a concorrer, enquanto entretenimento, com as comédias. Já na década de 1920, os amadores, os dilettanti – palavra vinda do italiano e que designava aqueles que, com dedicação e profissionalismo, mas sem compromisso de mercado, tinham chance de renovar a cena e acabar como o monopólio do teatro comercial.
Mas as influências da geração Trianon durarão muitos anos e deixarão resquícios na ética do ator brasileiro.
E é justamente este momento curioso e rico do teatro brasileiro que o LABORATÓRIO CÊNICO se propôs a levar para as platéias de Nova Friburgo e de outras cidades.
PROCESSO
Geração Trianon foi uma das experiências mais interessantes e também mais difíceis do Laboratório Cênico pelo desafio de levar para o palco uma fase do teatro brasileiro muito distante de nós e que só conhecíamos através das leituras, do material iconográfico ainda disponível ou de comentários de artistas que viveram perto daquele tempo.
Foi interessante notar que, apesar dos métodos de trabalho daqueles artistas e sua visão da profissão não serem mais os que praticamos hoje, existem ali elementos inerentes ao teatro e ao pensamento artístico que permanecem muito vivos. Como os artistas daquela geração, ainda temos muitas dificuldades em produzir, em conciliar as necessidades artísticas e materiais de nosso trabalho. Mas também temos – ainda bem - o encantamento daqueles que são atraídos pelo fascínio do palco, encarnado no personagem da Mocinha.
Todos nós, artistas, carregamos conosco um pouco de cada um daqueles personagens. Sua luta por realizar seu ofício ainda é a nossa luta e este ponto de contato nos aproximou deles, ainda que sua visão de teatro esteja muito distante da forma como, hoje, compreendemos o fenômeno cênico.
Outro desafio foi manter coesa uma equipe tão numerosa durante o longo tempo necessário para o levantamento do trabalho, levando-se em conta os compromissos e graus diversos de amadurecimento artístico e pessoal de cada um.
Neste caminho, alguns tiveram que nos deixar, outros chegaram e, assim, fomos construindo mais este espetáculo. Aos que não puderam estrear conosco é preciso que saibam o quanto fazem parte deste trabalho, pois suas contribuições foram incorporadas ao processo, residindo neste fato uma das riquezas do teatro: o somatório de vivências alimentando o desenvolvimento do grupo.
FICHA TÉCNICA
Texto – Anamaria Nunes
Direção – Carlos Pimentel
Elenco:
Angelo Rocha
Antônio Nogueira
Bernardo Machado
Célio Hottz
Cláudio Milhomem
Eder Ferreira
Elaine Braga
Fernanda Catelani
Guilherme Machado
José Cláudio Braga
Josiane Mello
Junior Simões
Luciano Santos
Luiz Rocha
Patrícia Silvestre
Rômulo Barros
Rodrigo Pollo
Tatiana Maduro
Projeto Gráfico - A. Silvério
Direção – Carlos Pimentel
Elenco:
Angelo Rocha
Antônio Nogueira
Bernardo Machado
Célio Hottz
Cláudio Milhomem
Eder Ferreira
Elaine Braga
Fernanda Catelani
Guilherme Machado
José Cláudio Braga
Josiane Mello
Junior Simões
Luciano Santos
Luiz Rocha
Patrícia Silvestre
Rômulo Barros
Rodrigo Pollo
Tatiana Maduro
Projeto Gráfico - A. Silvério
Figurinos – Patrícia Aguiar
Cenografia e Adereços – Laboratório Cênico
Iluminação e Sonoplastia – Carlos Pimentel
Cenografia e Adereços – Laboratório Cênico
Iluminação e Sonoplastia – Carlos Pimentel
Operação de Luz - Vitor Vinicios Buzato Pinto
Fotos – A. Silvério
Pintura de Telões – Renato Teixeira
Cabelos e Maquiagem – José Cláudio Braga
Costura de cortina e telões – Ivonilde Medeiros
Divulgação – Diana Cardinot, Eder Ferreira e Thiago de Oliveira
Produção Executiva – Elaine Braga e Luiz Rocha
Produção Geral – Laboratório Cênico
Apoios – Sesc Rio de Janeiro, Visual Gráfica, Jornal A Voz da Serra, Pibo, Silvetex, O Boticário, Netflash, Esquina dos Móveis Usados.
Fotos – A. Silvério
Pintura de Telões – Renato Teixeira
Cabelos e Maquiagem – José Cláudio Braga
Costura de cortina e telões – Ivonilde Medeiros
Divulgação – Diana Cardinot, Eder Ferreira e Thiago de Oliveira
Produção Executiva – Elaine Braga e Luiz Rocha
Produção Geral – Laboratório Cênico
Apoios – Sesc Rio de Janeiro, Visual Gráfica, Jornal A Voz da Serra, Pibo, Silvetex, O Boticário, Netflash, Esquina dos Móveis Usados.
AGRADECIMENTOS
A. Silvério
Adriano Moreira Knupp
Aída Alves
Ana Borges
Bruno Schott Serrano
Dayse do Couto Amaral
Edson Fernandes
Marcio Tardin
Rafael Emerick
Renato Teixeira
Roitman Fragoso
Walcy Soares
Wanderson Costa
Wecisley Ribeiro
Equipe do SESC Nova Friburgo
A. Silvério
Adriano Moreira Knupp
Aída Alves
Ana Borges
Bruno Schott Serrano
Dayse do Couto Amaral
Edson Fernandes
Marcio Tardin
Rafael Emerick
Renato Teixeira
Roitman Fragoso
Walcy Soares
Wanderson Costa
Wecisley Ribeiro
Equipe do SESC Nova Friburgo
Um comentário:
Anamaria Nunes se foi,
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